Objetivo do blog


"Cada pessoa tem um enorme potencial. Ela ou ele sozinho pode influenciar as vidas de outros entre suas comunidades, nações e entre o alcance e além de seu próprio tempo." Yunus

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"Each person has tremendous potential. She or he alone can influence the lives of others within the communities, nations, within and beyond her or his own time." Yunus


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Saturday, July 24, 2010

Aprender com Dislexia

Este vídeo do Ken Robinson me lembrou muito de uma menina de 11 anos com Dislexia que eu atendia. Ela foi diagnosticada com Dislexia intensa por uma equipe multidisciplinar. Na época a escola que ela estudava dizia que ela provavelmente não iria passar de ano porque estava muito “atrasada” nas aulas de matemática e inglês. A família estava muito preocupada com ela e com o fato de ela estar tão “atrasada”.

Durante o periodo em que a atendi, descobri que ela era uma menina MUITO TALENTOSA. Ela tinha um raciocínio lógico fantástico! A criatividade dela era excepcional!!

Na época ela também era bailarina clássica do Municipal. Adorava dançar e cantar. Adotamos um método especial para aprender a matéria de inglês que a escola exigia. Nosso método incluía: aulas de culinária, dançar, cantar, desenhar , jogar e brincar muito. Nós duas nos divertimos tanto!

A professora de inglês dizia que ela não conseguia aprender inglês. Eu achava estranho, pois durante nossos encontros eu falava com ela praticamente só em inglês e ela entendia tudo que eu dizia, apesar de responder em português na maior parte das vezes.

Teve um acontecimento durante esse período que me marcou muito. A professora de inglês pediu para que ela lesse um livro. Ela iria dar uma prova que valia muitos pontos sobre esse livro. Por isso durante alguns atendimentos focamos nessa leitura. Transformamos a história do livro em peça de teatro com coreografia de dança e músicas. Ela sabia a história de trás pra frente, inclusive fez uma análise incrível da moral da história.

No dia da prova ela ficou insegura em escrever sobre a história em inglês e colocou todas as respostas em português para não errar na gramática.

Antes de dizer o que aconteceu preciso fazer uma observação: ela (como a maioria dos disléxicos), era muito perfeccionista e exigente com si mesma. Ela sabia que conhecia bem a história que tinha lido, e para que isso ficasse claro para a professora, usou a língua que dominava para escrever a resposta.

No nosso encontro posterior a prova, ela me trouxe a mesma com a nota que havia tirado. Ela estava bastante triste e com a auto estima muito baixa. Apesar das respostas estarem em português, estavam TODAS CORRETAS (as questões eram de interpretação da história). Inconformada eu fui tentar explicar para a professora que me respondeu: “Se a prova é da aula de inglês as respostas tinham que estar todas em inglês.” Depois de algumas conversas e uma reunião com a Diretoria, a prova dela foi considerada por ter respostas corretas (perdendo muitos pontos por estar em português). E a menina de quem eu me tornei fã, passou de ano.

O conselho que dou para professores e pais é: Não olhem apenas para o conteúdo, olhem para as crianças e suas reais necessidades e talentos. Estimulem o potencial delas e não deixem que sejam rotuladas. Nem sempre fazer parte de um padrão é o correto e o ideal.

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