Tenho uma grande admiração por Henri Wallon, suas teorias e experiências vividas. Me identifico muito com o que ele acreditava, na importância que dava ao afetivo, e nas fases de desenvolvimento da criança que ele coloca.
Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia. Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças.
Ele atuou como médico do exército francês, vivenciando o ser humano no seu momento mais tenso, momento que mais traumatiza e mexe com as emoções. É no momento de conflito que podemos conhecer as pessoas, analisar seu comportamento e observar e entender suas reações.
Wallon manteve interlocução com as teorias de Piaget e Freud.
Ao comparar sua teoria com a de Piaget, os dois se propunham a análise genética dos processos psíquicos, no entanto, Wallon pretendia a gênese da pessoa e Piaget a gênese da inteligência.
Embora Wallon tivesse uma formação similar a de Freud (neurologia e medicina) a prática de atuação os levou a caminhos distintos. Freud abandonou a neurologia para dedicar-se a terapia das neuroses e Wallon se manteve ligado a esta devido ao seu trabalho com crianças com distúrbios de comportamento.
O método adotado por Wallon é o da observação pura. Considera que esta metodologia permite conhecer a criança em seu contexto, “só podemos entender as atitudes da criança se entendermos a trama do ambiente no qual está inserida”.
Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa.
A proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo.
Me identifico por completo com o fato de Wallon enfatizar o papel da emoção no desenvolvimento humano. Segundo Wallon todo contato que a criança estabelece com as pessoas que cuidam dela desde o nascimento, são feitos de emoções e não apenas cognições.
Wallon da devida importância ao ambiente e aos mediadores da criança. Ambientes violentos ou até mesmo negligentes irão contribuir para um desequilíbrio emocional, causando diversos distúrbios no seu contato social e consigo mesmo. E nos ambientes acolhedores e motivadores regados de atenção e carinho, garantem à criança uma segurança afetiva fazendo com que ela consiga continuar numa relação saudável com o outro, possibilitando fluir seu processo de desenvolvimento e aprendizagem.
A criança e até mesmo o adulto saudável emocionalmente, dotado de auto-estima e segurança, vai ter mais facilidade no processo de aquisição de conceitos e na administração de conflitos mesmo nos momentos mais tensos da vida.
Tenho muita afinidade com a Educação Humanista que Wallon sugere, a formação de um cidadão participante, crítico, ativo, integral, assumindo sua cidadania, com a valorização da cultura e do social como possibilitadores da construção de um novo indivíduo, de uma nova comunidade/humanidade.
Referencias:
http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/henri-wallon-307886.shtml?page=page2
Wallon, Henri. A Criança Turbulenta Ed. Vozes
HYPERLINK "http://www.cursosadistancia.pro.br/teorias_aplicadas/cursos_a_distancia_henri_wallon" http://www.cursosadistancia.pro.br/teorias_aplicadas/cursos_a_distancia_henri_wallon
HYPERLINK "http://br.geocities.com/elisa_diniz/aproximacoes" http://br.geocities.com/elisa_diniz/aproximacoes
http://www.centrorefeducacional.com.br/wallon.htm
Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Isabel Galvão. Ed. Vozes, 1995.
A importância do Movimento no desenvolvimento psicológico da criança in Psicologia e educação da infância – antologia. Henri Wallon. Ed. Estampa.
DANTAS, Heloysa. A infância da razão. Uma introdução à psicologia da inteligência de Henri Wallon. São Paulo, Manole, 1990
GALVÃO, Izabel. Uma reflexão sobre o pensamento pedagógico de Henri Wallon. In: Cadernos Idéias, construtivismo em revista. São Paulo, F.D.E., 1993.
WALLON, Henri. Psicologia. Maria José Soraia Weber e Jaqueline Nadel Brulfert (org.). São Paulo, Ática, 1986.
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